A desigualdade social é um fato inexorável do modelo de produção atual, que sustentado pelas relações sociais reproduzem mazelas indissolúveis sem a promoção de mudanças estruturais e necessárias à sustentabilidade humana. De certo, as transformações que urgem para a sustentabilidade humana não serão vividas pelas gerações atuais, mas decisões precisam ser tomadas agora, para que as futuras gerações as vivam ou ao menos para que existam novas gerações da humanidade.
É possível considerar o momento atual como um tempo de transição, que por meio de uma dinâmica difusa, complexa e multifacetada alicerça os insumos para operar as mudanças necessárias ou conservar as estruturas existentes. Ao tempo que as forças conservadoras se posicionam em lugar de resistir à transformação e impetram suas antigas estratégias de manutenção de poder, projetos coletivos marginalizados na história, ampliam suas narrativas e alcance: o racismo, machismos, LGBTQIA+FOBIA, as opressões de classe, o capacitismo, entre outras questões, passam a ocupar lugar de importância nas pautas dos intelectuais, políticos, influenciadores digitais, empresas e sujeitos sociais de forma geral.
A efervescência das referidas pautas revela a sociedade brasileira negativamente representada em diferentes aspectos delas, nas primeiras posições do ranking mundial do racismo, das violências contra a mulher, população LGBTQIA+, povos tradicionais, na área rural e em tantos outros reflexos da desigualdade social. O país não é o único, mas se estrutura de forma insustentável social e economicamente, acumulando em sua peculiaridade, a necessidade de decolonizar as relações sociais e seu mercado.
Dentre as questões possíveis de serem levantadas nesse momento, parece interessante refletir se esse tempo de transição seria o momento oportuno para gerar novos caminhos e soluções para questões históricas e estruturais? E qual esboço está se desenhando para o novo?
Diversidade e inclusão por um mundo melhor
De maneira otimista, apostar que a compreensão de que o mundo melhor para todos, todas e todes é interesse comum, permite pensar que falar sobre diversidade e inclusão é necessário para empresas, governos, escolas, famílias, pessoas, grupos organizados, etc. Se é preciso transformar, quem vive o que está posto, não conseguirá oferecer respostas imediatas, portanto, somente a ampla discussão, com diferentes personagens, de diferentes lugares permitirá pensar melhor o por vir.
Carolina Barreto Braga
Sócia fundadora da Pontos Diversos, Organização Não Governamental, sem fins lucrativos, com missão de promover a igualdade social e valorizar a diversidade humana. Pesquisadora em Processos tecnológicos e redes sociais, especialista em gestão e elaboração de projetos sociais, Bacharela em Serviço Social, com mais de 20 anos de experiência em processos inclusivos e de valorização da diversidade sociocultural e ambiental.
Fonte: Fórum Brasil DH